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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Portugal, 2013: por que tanto precisamos hoje das Bibliotecas Itinerantes! *

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.


Hola a todos!

O meu nome é Vera Oliveira, sou uma bibliotecária de leitura pública sénior e trabalho no apoio às Bibliotecas Públicas, a partir da administração central, mais concretamente na Direção-Geral do Livro dos Arquivos e das Bibliotecas. Sou portuguesa, tenho 57 anos e tive a sorte de poder dedicar a maior parte da minha vida profissional a um trabalho de que gosto muitíssimo.




Não «tenho», como todos vocês, nenhuma biblioteca pública, nem fixa, nem itinerante. Mas sou uma bibliotecária pública por vocação e, também enquanto cidadã, considero um pouco minhas todas as Bibliotecas Públicas. Nelas sinto-me em casa. E, como a maioria dos bibliotecários portugueses, tenho as Bibliotecas Itinerantes no coração.


Foto de aqui.

Em Portugal, não deverá haver muitos portugueses maiores de trinta e cinco anos que não saibam o que é uma Biblioteca Itinerante. Tivemos essa sorte! Num dos países mais pobres e analfabetos da Europa da época, uma fundação, a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), investiu numa Rede de Bibliotecas Itinerantes (e depois também fixas) que cobriu todo o território nacional entre 1960 e 1990.

Um, de entre muitíssimos outros exemplos: o ex-Secretário de Estado da Cultura, jornalista e escritor Francisco Viegas, 51 anos.



Foto de aqui.
Na aldeia do Douro onde nascera e onde em adolescente ia passar férias, uma das coisas que tínhamos era a carrinha da Gulbenkian, algo mítica para minha geração. O senhor Sousa deixava-nos levar da carrinha três livros por pessoa. Eu levava a minha tia, porque assim trazíamos seis. E foi nessa altura, em 1975, 1976 que li Cem anos de solidão pela primeira vez. À minha volta mudou o interesse pelos livros, e o facto de ler com disponibilidade marcou-me bastante.1

As Bibliotecas Itinerantes FCG  entre 1958  e 1982

A primeira experiência, Cascais - 1953.

Bibliotecas FCG, a imagem de marca.
Exemplar restaurado.
Último modelo FCG a funcionar.
Os números2 de que dispomos ainda hoje são impressionantes: 

Número de Bibliotecas Itinerantes da FCG:
1958 – 15
1961 – 47
3
1984 – 59 (e 166 Bibliotecas fixas)
Número de livros requisitados:1958 -1962: 8 675 774
1968-1972: 27 191 250
1978-1982: 22 573 900
                 TOTAL (1958-1982): 106 033 684

Número de leitores atendidos:
1958-1962: 2 571 212
1968-1972: 7 890 879
1978-1982: 7 346 573
                TOTAL (1958-1982): 31 977 700

Os livros adquiridos foram na ordem de milhões. Em 1965, a FCB tinha já então comprado mais de 1 700 000 livros para todas as suas bibliotecas
.4

A acrescentar a esta dádiva, o trabalho da FCG em Portugal selou uma «ligação» entre as Bibliotecas Itinerantes e as Bibliotecas Públicas Municipais, que no futuro facilitaria a gestão do pessoal e da documentação. Ao ser iniciada a construção da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (1987), estas novas e modernas Bibliotecas procuraram sempre que possível integrar as da FCG, tanto as fixas como as itinerantes.

Como já aqui referi, na transição do milénio, a reivindicação e a construção em vasta escala de novas bibliotecas públicas declaradamente abertas a todos os cidadãos, em Portugal e na Europa, foi acompanhada de uma inequívoca mudança em relação à tradicional missão cultural e de ensino, de matriz anglo-saxónica.




As novas mudanças

Local de múltiplos eventos e encontros os mais diversos, a polivalência cultural e cívica é agora a marca indelével das Bibliotecas Públicas, cada vez mais versáteis e disponíveis para acolher todo o tipo de públicos e para apoiar a sua comunidade e fortalecer a democracia.5

Esta nova biblioteca pública, para além de lugar de aprendizagem, tornou-se assim também um lugar para se estar e para se (con)viver. Distante das grandes bibliotecas centradas no empréstimo massivo, sem espaços de estudo e sem utilizadores durante as horas de trabalho, encontramos agora edifícios abertos, desenhados com preocupações estéticas e de acolhimento dos utilizadores para as mais diversas atividades.



Dois exemplos:


A Biblioteca de São Brás de Alportel, Portugal

Fachada exterior.
Reunião do clube de leitura.
Foto do Grupo Coral de São Brás que ensaia na Biblioteca.
Pátio interior da Biblioteca: festa do 1º. aniversário do Projeto Aventura.

A Biblioteca de Pública Provincial de Guadalajara, Espanha


Palácio do Dávalos, fachada exterior.
Sala de estudo e de leitura: 300 lugares.
Jantar anual dos clubes de leitura na sala de estudo (2013).
Baile dos clubes de leitura no pátio interior (2013).
Assim, as Bibliotecas Públicas têm vindo a tornar-se num verdadeiro centro cívico que oferece atividades culturais, sociais e educacionais. Intensamente focada nos utilizadores, entrecruza e reforça serviços físicos e virtuais. Aqui, as pessoas leem, trabalham, acedem à Internet, frequentam cursos, presenciais ou a distância, encontram-se, veem exposições, assistem a conferências e debates, e participam em eventos culturais de todo o tipo.6,7,8,9

Tudo o que acabo de referir se aplica hoje mais do que nunca às Bibliotecas Itinerantes, a melhor extensão cultural da Bibliotecas Públicas. E, se cada vez mais, se fala na importância das Bibliotecas Públicas e das suas itinerantes como forma de revitalização do meio rural, elas são igualmente importantes na humanização dos grandes concentrações suburbanas em torno das grandes cidades, onde o desregulamento do parque habitacional, a pobreza e a violência constituem a matriz da vida quotidiana.

Em Portugal, mais de 60% do território nacional encontra-se sob ameaça da desertificação humana (dados de Junho de 2013)10, tendo a área suscetível de desertificação do território continental português crescido em 75% ao longo dos últimos dez anos (2011)11.


Colmeal, Figueira de Castelo Rodrigo: a primeira aldeia abandonada em Portugal (ca 1960).
Sem os seus guardiões, os agricultores e a população rural,12 este abandono do território traduz-se na desestruturação das famílias enquanto unidades produtivas e na diminuição da qualidade de vida. O abandono do cuidado dos campos e da floresta conduz, por sua vez, ao aumento das possibilidades de erosão, à diminuição da produtividade dos solos e à redução drástica da biodiversidade.

Mapa do (des)povoamento do território português.
Por seu turno, o correspondente crescimento da pobreza urbana devido à permanente migração para as grandes cidades potencia o crescimento suburbano descontrolado, o aumento da poluição e os problemas ambientais urbanos, para além da miséria e da violência sociais.13


Na cidade.
Degradação urbana.
A análise comparada dos objetivos da Rede de Bibliotecas Itinerantes Gulbenkian (anos 1960-1990) e dos objetivos para as Bibliotecas Itinerantes atualmente definidos pela IFLA mostra-nos a assunção progressiva deste salto qualitativo na missão das Bibliotecas Itinerantes.

Em 1960, a Rede de Bibliotecas Gulbenkian tinha por objetivo «cobrir todo o território nacional, dirigindo-se ao:

1. público de menor acesso à educação e cultura que habitava
2. as regiões mais desfavorecidas, e procurava
3. chegar a todas as faixas etárias.

Eram objetivos da Rede de Bibliotecas Móveis da Fundação Calouste Gulbenkian:
1. promover e desenvolver o gosto pela leitura,
2. elevar o nível cultural dos cidadãos.


Como ? Através de …

1. livre acesso às estantes,
2. empréstimo domiciliário e
3. gratuitidade do serviço.»

Os objetivos da IFLA para as Bibliotecas Itinerantes são os mesmos dos das Bibliotecas Públicas e encontram-se enunciados no Manifesto da Unesco que todos conhecemos. A evolução é EVIDENTE:

1. Criar e fortalecer os hábitos de leitura nas crianças, desde a primeira infância;
2. Apoiar a educação individual e a autoformação, assim como a educação formal a todos os níveis;
3. Assegurar a cada pessoa os meios para evoluir de forma criativa;
4. Estimular a imaginação e criatividade das crianças e dos jovens;
5. Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas artes e pelas realizações e inovações científicas;
6. Possibilitar o acesso a todas as formas de expressão cultural das artes do espetáculo;
7. Fomentar o diálogo intercultural e a diversidade cultural;
8. Apoiar a tradição oral;
9. Assegurar o acesso dos cidadãos a todos os tipos de informação da comunidade local;
10. Proporcionar serviços de informação adequados às empresas locais, associações e grupos de interesse;
11. Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilizar a informação e a informática;
12. Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e atividades de alfabetização para os diferentes grupos etários.

Há, todavia, outros objetivos não explícitos que os bibliotecários móveis, talvez mais do que todos os outros bibliotecários, conhecem bem:

  • Cuidar dos outros; 
  • Abrir horizontes; 
  • (Re)construir uma identidade local transgeracional; 
O que implica também contribuir para humanizar o território, seja através do incentivo e do apoio ao regresso ao mundo rural14, seja na intervenção em bairros urbanos degradados e, para humanizar o quotidiano, construindo redes de entreajuda e de afetos.

Assim, em 2013, os novos serviços da Bibliotecas Itinerantes, dando já como adquiridas a prática da educação informal e 
a ligação à Internet, devem abranger:
  • A agilização de toda a informação e comunicação entre a população e a autarquia, incluindo pagamento de serviços, licenças... 
  • A integração de atividades diversificadas de extensão cultural: os projetos «ciência viva», a narração oral, a música, etc. 
  • A revalorização da tradição popular concelhia em todas as suas valências: literatura oral, usos e costumes, gastronomia… através da recolha de relatos dos mais velhos e com base em princípios e critérios de investigação a partir de ligação às universidades. 
Algumas bibliotecas itinerantes, como a de Nuno Marçal, bibliotecário em Proença-a-Nova, já o fazem! As fotografias que publica no seu blogue disso dão testemunho:


Ir onde ninguém vai,
assumindo-o como um compromisso!
Mostrar o que nunca se viu
e ensinar a usar as novas tecnologias.
Valorizar as tradições culturais,
recolhê-las,
promovê-las e divulgá-las.
Há, contudo, uma outra valência que deveria ser urgentemente experimentada, pelo menos em Portugal: a «fusão» entre bibliomóveis e unidades móveis saúde (UMS) existentes no meu país.

Em Portugal, os fundos comunitários financiaram na década de 2000 os municípios rurais, para aquisição e funcionamento de bibliotecas móveis e de unidades móveis de saúde. A estas compete a prestação de cuidados de saúde primários, na área clínica e de enfermagem, apoio domiciliário, saúde escolar, vacinação e vigilância do estado de saúde de comunidades que vivem isoladas.
15



UMS de Sernancelhe.
UMS de Arouca.
UMS de Lagoa.
UMS de Borba.
Com o aprofundar da crise, muitas destas carrinhas, bem como algumas das bibliomóveis, foram desativadas alegadamente pelos custos envolvidos na sua manutenção, sobretudo os relativos ao pagamento de salários dos técnicos de saúde. Incentivar a reunião destas duas valências numa única carrinha deveria ter por base a noção de cuidados a prestar à comunidade e ser realizada a partir de uma reflexão conjunta entre os profissionais envolvidos que estudassem a melhor forma de integração das duas valências numa única unidade móvel. Este dois em um seria aceite pelas populações como uma benção e potenciaria as valências dos dois tipos de carrinhas: Mens sana in corpore sano!


A noção de «cuidados»

A noção de «cuidados» é uma noção que só agora começa a ser estudada e avaliada em termos económicos e sociais. Abrange as intervenções que têm por objetivo manter, atender, reequilibrar ou cuidar da família e da comunidade. Na prática são os trabalhos invisíveis e as tarefas obscuras repetidas todos os dias da vida (na sua maioria dispensados por todas as mulheres em toda a parte do mundo) que têm garantido a sobrevivência das sociedades humanas e da própria vida: os trabalhos de criação (crianza), de manutenção da capacidade produtiva de um terreno, de regeneração de um território devastado, de transmissão de saberes sobre a saúde ou sobre alimentos….

Estes trabalhos de cuidados constituem esteios (puntales) de vida e são chaves para a sustentabilidade.… Realizados sem horários, em permanente e incessante luta contra a corrente de todo o tipo de carências: desordem, sujidade, falta de alimentos, abandono afetivo e efetivo.16

Uma nova noção bem conhecida dos bibliotecários itinerantes!

Em Portugal, as Bibliomóveis sempre cuidaram das populações: com os livros levavam notícias e informações regionais e nacionais, transportavam encomendas entre povoações distantes, levavam cartas de amor às escondidas. Hoje, muitos dos bibliotecários itinerantes também o fazem, de outras formas e com outros meios.

As bibliotecas itinerantes acompanharam os tempos, adaptaram-se e modernizaram-se, tecendo desde sempre redes de leituras e de afetos nos mais distantes e isolados concelhos portugueses. Em pequenas carrinhas (o que lhes traz duas vantagens: percorrer as mais difíceis estradas do nosso país e serem conduzidas por qualquer pessoa que detenha uma simples carta de condução), as bibliomóveis portuguesas oferecem centenas de itens (entre livros, revistas, cds e dvds) e acesso à Internet. Mas, sobretudo, vão aos confins mais solitários e aos locais mais deprimidos do nosso país o que significa que cuidam das populações que aí vivem.

Os estudos realizados sobre a relação custos-resultados da atividade das carrinhas itinerantes revelam altos índices de produtividade, ou seja, em termos económicos, o retorno do capital investido numa bibliomóvel só aparentemente pode ser considerado elevado (Cf. Alberto Pérez Tapia e Mercedes Santiago Calvo).17 Para além dos apoios concedidos por diferentes parceiros locais, como o dono do café, a coletividade local ou a escola…, estes autores sublinham um facto que os decisores políticos não costumam ter em conta: los bibliobuses también crean espacios públicos donde reunirse… y, como se diz em espanhol,… hacer comunidade.

Quanto vale hacer comunidad?

A manutenção do trabalho dos bibliobuses implica:

1. um investimento financeiro inicial e de manutenção, por parte do poder político,

2. um investimento em estudo, trabalho, reflexão e criatividade permanentes, por parte das respetivas equipas técnicas,
+
3. amor ao que se faz e espírito de missão!

Necessitamos, agora mais do que nunca, de estudar e de trabalhar muito, de reunir esforços e de partilhar projetos. E de… uma grande dose de sonho, de preferência em formato XXXL, o formato dos sonhos verdadeiramente importantes na vida.

Jesús Martín-Barbero.
Jesús Martín-Barbero, conhecido semiólogo e filósofo colombiano, afirma que o exercício da cidadania requer, por parte de cada um de nós, a capacidade de contarmos a nossa própria história e a da nossa comunidade. Este é o único modo de refletirmos, criticarmos, defendermos e melhorarmo a vida que vivemos. Para tal, precisamos de dominar a leitura, a escrita e a oralidade, de saber ler, escrever e falar em público.18

Por isso, estou segura de que, mais do que apenas o lugar e o meio de transmissão do conhecimento e do saber em todas as áreas das ciências e das artes, a Biblioteca Pública e a sua melhor extensão móvel, a Biblioteca Itinerante, são um lugar de aprendizagem da cidadania, do eu na relação com o outro, simultaneamente igual e diferente de mim. Um lugar de sociabilização, onde se promove a discussão elevada de todas as ideias. Um lugar de ampliação da consciência da identidade individual e comunitária. Um lugar de vitalidade psicológica é física: Mens sana in corpore sano! , uma das principais características das bibliotecas resilientes, como tão bem nos explica a bibliotecária americana Karen Muro em «Resiliencia frente a sostenibilidad: el futuro de las bibliotecas».19

Na história das Bibliotecas Itinerantes, tudo começou com um sonho: 
«levar livros a todos em todo o lado».

Dos países mais desenvolvidos aos mais carenciados, hoje como há 100 anos atrás, os bibliotecários itinerantes continuam a sonhar agora em:
«levar a cidadania a todos em todo o lado»! 

Queridos bibliotecários mobiles, españoles e portugueses, muchísimas gracias por «escutar-me» desde Lisboa.


Vera Oliveira








18 de Outubro de 2013

_______________________________

Nota préviaPost redigido a partir da comunicação apresentada ao 6º. Congresso de Bibliotecas Mobiles da ACELBIM: Burgos, 18 -21 de outubro de 2013, no qual não me foi possível estar presente.


Notas e bibliografia

1 Maxim Portugal, Jul/Ago 2013, p. 53.

2 Boletim Cultural: Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas. Vinte e cinco anos ao serviço da leitura. Fundação Calouste Gulbenkian, VI série, nº 2, Junho de 1084.

3 http://pt.wikipedia.org/wiki/Bibliotecas_Itinerantes_da_Funda%C3%A7%C3%A3o_Calouste_Gulbenkian

4 http://www.ics.ul.pt/publicacoes/workingpapers/wp2004/WP1-2004.pdf

5 http://www.finlandia.org.br/public/default.aspx?contentid=124121.

6 http://www.libraries.fi/en-GB/libraries/

7 http://slq.nu/?article=denmark-the-public-libraries-in-the-knowledge-society

8 Para saber mais: http://www.bs.dk/publikationer/english/library_policy/

9 http://napleblog.wordpress.com/about/

10 http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3269526

11 http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2077793 e http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/ei/unccd-PT/event/docs-semin/semin-iber

12 http://www.publico.pt/ciencia/noticia/perito-defende-que-combate-a-desertificacao-deve-ser-um-servico-pago-1387075

13 http://www.aps.pt/vicongresso/pdfs/84.pdf

14 http://vimeo.com/42412852 terra dos sonhos

15 http://www.arsalentejo.min-saude.pt/saudepublica/CuidadosProximidade/UnidadesMoveisSaude/Paginas/UnidadesMoveisSaude.aspx 

16 Yaro Herrero, Fernando Cembranos e Marta Pascual (coord.) – Cambiar las gafas para mirar el mundo: una nueva cultura de la sostenibilidad. Madrid: Libro sen Acción, 2011, p181.201

17 http://www.bibliobuses.com/documentos/El%20Bibliob%C3%BAs%20%C2%BFun%20sistema%20de%20informaci%C3%B3n%20en%20decadencia%20revisi%C3%B3n%20bibliogr%C3%A1fica.pdf

18 http://www.mediaciones.net/category/oralidades/


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Clubes de leitura nas Bibliotecas Públicas: uma aposta a incentivar!

A definição de clube de leitura original é espanhola e nela se afirma que um clube de leitura é um grupo de pessoas que lêem individualmente um mesmo livro, ao ritmo de cerca de uma centena de páginas por semana, e que se reúnem semanalmente na Biblioteca Pública para discutir as suas leituras: o estilo literário, a acção, as personagens, e sobretudo as experiências e emoções pessoais... que aquela leitura suscita a cada membro do clube. 

Esta forma de partilhar a leitura não apenas enriquece a leitura individual como motiva os leitores mais frágeis a avançarem para leituras mais difíceis. Em Espanha, as centenas de clubes de leitura filiados em Bibliotecas Públicas, são maioritariamente constituídos por mulheres, de meia idade, que há muito tinham deixado de ler e que nunca antes tinham sido, nem de perto nem de longe, grandes ou médias leitoras. Para além da leitura, os clubes avançam muitas vezes para outras leituras complementares: filmes, peças de teatro, exposições, percursos literários, encontros com autores, conferências, debates. Muitos editam blogues onde descrevem a dinâmica do seu clube. Estes leitores afirmam ter alterado positivamente o seu quotidiano e alargado, como nunca antes podiam imaginar, os seus horizontes culturais


No nosso país, os clubes de leitura constituem uma prática de promoção da leitura ainda não generalizada no âmbito das actividades das Bibliotecas de Leitura Pública e, por conseguinte, ainda incipiente quando comparada com a realidade espanhola. A partir do início de 2000, o então Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB) promoveu e cofinanciou Comunidades de Leitores, um projecto dirigido a grandes e médios leitores. A estes era proposto que se reunissem uma vez por mês, ao longo de seis meses, para ouvirem a opinião de um especialista em literatura, em geral um académico, e com ele dialogarem acerca de um conjunto de livros (dois, três, por sessão) previamente seleccionados e lidos por todos para este efeito. 


O principal objectivo das Comunidades de Leitores era que estes aprofundassem o seu nível literário, partilhando a fruição colectiva da leitura. Esperava-se que, em consequência, de entre estes leitores, alguns se assumissem como futuros coordenadores de clubes de leitura idênticos aos espanhóis. Ou seja, dirigidos a leitores com poucos hábitos de leitura, leitores de um ou menos livros por ano e que, a partir de uma nova motivação para a leitura, começassem a ler mais e melhor e, a partir daí, a descobrir o mundo da cultura.


Na realidade, de então até agora, as Comunidades de Leitores não deram propriamente origem a clubes de leitura, ou seja, não promoveram a leitura entre pessoas que decidem, já em plena maturidade, (re)começar a ler e a reflectir sobre livros e leituras. No contexto das Bibliotecas Públicas, a Comunidade de Leitores da Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, é hoje talvez a única que ainda funciona nestes moldes e tem para tal contado com o apoio da DGLAB. 


São pois ainda relativamente poucas as bibliotecas que apoiam um clube de leitura e as que o fazem integraram algumas das características das Comunidade de Leitores, nomeadamente a periodização dos encontros e o tipo de leitores. Em Espanha, esta iniciativa, que explodiu na década passada e constitui hoje parte integrante da vida de qualquer Biblioteca Pública, onde é usual que se apoiem diversos clubes de leitura (uma dezena, por vezes mais…). os clubes de leitura reúnem-se semanalmente, ao final da tarde, e são coordenados indiferentemente por um técnico da biblioteca ou um cidadão, em regime de voluntariado.


Contudo, nos últimos anos registámos o aparecimento de clubes de leitura nas Bibliotecas Portuguesas, os quais funcionam, até certo ponto, como os espanhóis, reunindo-se todavia com menor frequência mensal, por vezes quinzenalmente. Os clubes de leitura das Bibliotecas Públicas do Algarve são, no seu conjunto e enquanto região, os mais homogéneos e os mais antigos. Já em 2009 organizaram, à semelhança das Bibliotecas suas vizinhas da Andaluzia, o I Encontro de Clubes de Leitura do Algarve para o qual convidaram ainda duas bibliotecas espanholas a de Huelva e a de Dos Hermanas


As diferenças entre as duas realidades foram então evidenciadas, a começar pelo número de clubes presentes: as bibliotecas portuguesas apoiavam cada uma um clube de leitura, as espanholas vários, entre seis e doze; também o grau de autonomia dos leitores se refletiu na apresentação da atividade de cada clube: pelos clubes portugueses falaram os coordenadores, pelos espanhóis, os membros dos clubes.




O clube de leitura da Biblioteca de Portimão é um dos mais antigos clubes de leitura do nosso país, muito provavelmente o primeiro. Cumpriu 10 anos de leituras em 2012, ao longo dos quais foram lidos mais de 100 livros. Reúne-se mensalmente e todos os membros comentam o livro lido, ao sabor um pequeno lanche. É coordenado por duas bibliotecárias.

O clube de leitura da Biblioteca Municipal de Silves reúne também uma vez por mês, à hora do lanche. Mantém, desde setembro de 2012 o blogue Silves a ler + onde nos dá conta das respetivas atividades, entre as quais o 1º. Encontro dos (quatro) clubes de leitura concelhios, realizado em Abril deste ano.  



A Biblioteca Municipal da Maia apoiou um clube de leitura juvenil, entre 2007 e 2011, para efeitos de avaliação de práticas de leitura em Biblioteca e, já em 2013, anunciava a 4ª. edição da Comunidade de Leitores da Biblioteca denominada «Contemporâneos clássicos por-vir».

Em fevereiro de 2011, a Biblioteca Municipal de Viana do Castelo dinamizava um clube de leitura para crianças. 



Viana do Castelo.
Na Biblioteca de São Domingos de Rana, em Cascais, o clube de leitura denomina-se comunidade de leitores, é coordenado por Manuel Nunes, João Pequenão e Manuela Martins e continua ativo desde a sua criação, em meados de 2006. Edita, desde 2007, o blogue Com olhos de ler, o qual reúne apontamentos diversos sobre a atividade do grupo que também tem uma página no Facebook, denominada Comunidade de Leitores de... 


São Domingos de Rana, Cascais
Em março deste ano, numa visita literária a Miranda do Corvo apadrinharam o Clube de Leitura da Biblioteca Miguel Torga, esta agora a ler um livro por mês.



As Bibliotecas Municipais de Oeiras convocaram, em 2007, os seus primeiros Grupos de leitores, nas Bibliotecas de Oeiras e de Carnaxide. Em 2008, nasce o de Algés.


Oeiras.
Carnaxide.
Algés.
De então para cá, o blogue Oeiras a ler dá-nos regularmente conta da respetiva história, ilustrada com diversas fotos, de entre as quais as apresentadas a cima.

A Biblioteca de Torres Novas dinamiza, desde 2008, um clube de leitura que reúne mensalmente.


A Biblioteca Pública e o Arquivo Regional João José da Graça, da Horta, apoiaram pelo menos entre 2010 e 2011, uma comunidade de leitores, cuja atividade é parcialmente descrita no respetivo blogue, Comunidade de Leitores da Horta.


A Biblioteca Municipal de Vila Nova de Cerveira dinamiza, pelo menos desde 2009, uma comunidade de leitores denominada «Chá com letras», em quase tudo idêntica a um clube de leitura.



A comunidade em visita às Terras do Demo de Aquilino Ribeiro, Julho de 2013.
A Comunidade de Leitores Hemeroteca (da rede de Bibliotecas de Lisboa) foi criada em 2009 e considera-se também uma tertúlia.

Convite para uma sessão sobre Guerra Junqueiro.
O clube de leitura da Biblioteca Municipal de Beja edita, desde 2010, um blogue sob o lema «Partilhamos consigo o prazer da leitura». Para além de acompanhar a atividade do clube que se reúne mensalmente na Biblioteca, o blogue serve também para dar conta das iniciativas da Biblioteca.

A Biblioteca Municipal de Ílhavo promove, também desde 2010, dois clubes de leitura para pais e filhos: o Crescer a ler para crianças dos 3 aos 7 anos e o Crescemos e já lemos para crianças dos 8 aos 10 anos, de periodicidade mensal.


Ainda em março deste mesmo ano a Biblioteca Municipal de Alcochete inaugura um Clube de leitura em voz alta, o CLEVA, coordenado por Cristina Paiva dos Andante.


Registo de uma sessão.
Cristina Paiva
Reúnem-se quinzenalmente e registam a respetiva atividade num blogue primorosamente editado. De então até hoje já contagiaram outros leitores que também eles se apaixonaram por esta secular forma de ler.

Foi o caso de O Clube de Leitura da Biblioteca Municipal do Montijo que teve início em 2012 e cujas sessões são divulgadas no respetivo blogue. Em junho de 2013, o Palavras ao alto encerrou a sua primeira edição anual com uma sessão aberta ao público.


A Biblioteca Municipal de Gondomar dinamiza, desde 2011, uma comunidade de leitores que, ao longo do ano, convida diversos escritores que propõem leituras acerca das quais depois refletem e se generaliza o dialógo.


Em Vila Real de Santo António, o clube de leitura denomina-se «Livros mexidos» e inaugurou em 2011. É organizado pela Biblioteca Municipal Vicente Campinas (VRSA), pelo Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela / CMVRSA e pela ADRIP - Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela. Reúne-se uma vez por mês, pelas 18 horas, nas instalações da Biblioteca Municipal.


«Torne-se seguidor deste espaço de partilha!» é o lema do Clube de leitura  da Biblioteca de São João da Madeira que reúne mensalmente, pelas 21h00, desde Outubro de 2012. A Biblioteca de Melgaço está promover dois clubes de leitura, um de adolescentes, outro de adultos. 


A Biblioteca Municipal José Saramago de Loures promove, pelo menos desde este ano, uma comunidade de leitores subordinada a um tema, no caso «personagens literárias femininas» que se reúne mensalmente entre Abril e Dezembro.



A propósito da comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a 23 de abril deste ano, a Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão, criou um clube de leitura de autores clássicos que então reuniu pela primeira vez.

Também a Biblioteca Municipal do Barreiro inaugurou, também este ano, o primeiro clube de leitura juvenil que se reúne mensalmente, aos sábados de manhã, coordenado pela jovem professora Claúdia Vieira.


Os mais recentes clubes de leitura das bibliotecas públicas portuguesas nasceram esta Primavera, respectivamente no dia 24 de maio, pelas 21 horas, na Biblioteca Municipal de Nelas e a 6 de Junho, também pelas 21 horas, na de Mangualde


Em Nelas, o clube de leitura reuniu 13 leitores que decidiram reler Aquilino Ribeiro, cada qual um livro à sua escolha, e encontrarem-se no mês seguinte. Recorde-se que nesta biblioteca, o projecto «Leitura a par», também iniciado este ano, é um misto de clube de leitura e atividade de promoção da leitura para pais e filhos.


O clube de leitura da Biblioteca de Mangualde conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e uma parceria com a Livraria Adrião.


Outros clubes, grupos e encontros de leitura 


Na Feira do Livro de Lisboa deste ano, 10 comunidades de leitores / clubes de leitura, da área da Grande Lisboa, apresentaram os livros que estavam a ler. A partir desta amostra podemos concluir que a designação comunidades de leitores ou clubes de leitura tendem a ser  sinónimas. Deste conjunto, apenas três têm sede em Bibliotecas Públicas (Oeiras e Lisboa), três têm origem em livrarias e outras estão ligadas ou a pessoas ou grupos ou a instituições.

As transformações que têm vindo a acontecer no mercado livreiro, conduziram as livrarias a  novos modelos de funcionamento: muito mais do que venda a retalho, procura-se agora que sejam lugares para se estar e se conversar, para debater assuntos diversos e tomar um café. A esta mudança também não será alheia a abertura da FNAC em Portugal, onde os clubes de leitura reais ou virtuais há muito têm lugar.

Neste contexto, a Livraria Almedina reúne duas vezes por mês, desde março de 2006 até ao presente, o clube Café e Letras, Comunidade de Leitores  dirigido por Filipa Melo na livraria do Atrium Saldanha, em Lisboa. Em 2008, esta editora inaugura duas outras Comunidades de Leitores Almedina: a de Coimbra que, em colaboração com o Centro de Literatura Portuguesa da Universidade, reúne na livraria Estádio Cidade de Coimbra e a de Gaia, com sede na livraria do Arrábida Shopping.


Também a Livraria Bertrand promove através do blogue Clube de Leitura Bertrand, três clubes de leitura:  Ponta Delgada, Açores,Braga e Porto, e tem em agenda a constituição de outros dois, em Lisboa e em Coimbra respetivamente. Reúnem-se mensalmente numa das lojas desta cadeia livreira e todos tem pelo menos um coordenador.





A Comunidade de Leitores sobre Paisagens Literárias de Lisboa da Livraria Fabula Urbis, em Lisboa, foi criada em 2010 e reúne mensalmente. Tem uma parceria com o Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental, coordenado pelo IELT (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa)

Também o grupo Leya anuncia para este ano o Leya em Grupo - Comunidade de leitores nas livrarias Buchholz e Leya na Barata, em Lisboa, iniciativa esta que é organizada por este grupo editorial e dinamizada pelo jornalista Luís Ricardo Duarte. Sujeitas a inscrição prévia, as sessões serão quinzenais. O pagamento de 30 euros inclui participação em seis sessões, documentação e oferta de vales no valor de 15 euros para compras nas livrarias LeYa na Buchholz ou Leya na Barata.


O Café com Letras é uma iniciativa das Biblioteca Municipais de Oeiras que, de 2007 até dezembro de 2012 pretendeu promover o encontro informal entre grandes leitores (jovens e adultos) e autores contemporâneos. Contava com o apoio da Rádio TSF, com uma periodicidade mensal e era apresentada pelo jornalista Carlos Vaz Marques.


C.V.M. à conversa com Joana Amaral.
Por seu turno, a Biblioteca da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, demonstra o dinamismo desta instituição do ensino superior, ao promover, desde 2010, um Clube de Leitura da FEUP.

Clube de leitura da FEUP.
Desde outubro de 2011 que o Instituto Cervantes de Lisboa mantém o Club de Lectura de Lisboa, divulgado pelo blogue com o mesmo título e presentemente coordenado pela escritora Karla Suárez, reunindo mensalmente.

A Biblioteca Pública de Castelo Branco muito embora tenha oficialmente inaugurado, em 2012, um clube de leitura, transformou este projeto numa tertúlia subordinada a um tema previamente selecionado. É dinamizado pela vereadora de cultura, reúne mensalmente e promove a discussão livre, podendo os respetivos membros mencionar eventualmente livros sobre o tema em discussão. 


O Ler por aí..., criado em 2006 e da autoria de Margarida Branco, é um projecto de animação cultural com base na leitura que exemplifica o que muitos clubes de leitura fazem e no qual muitos outros se podem inspirar. Conta, desde 2011, com o apoio da Junta de Freguesia de Carnide, em Lisboa, e em 2012 passa a Associação Cultural. Ao relacionar o livro e os lugares onde as narrativas se passam, o Ler por aí..., também no Facebook e no blogue homónimo, organiza eventos relacionados com sugestões de leitura e recria os lugares dessas histórias.


A Culturgest, à semelhança da Biblioteca Municipal Almeida Garrett do Porto, mantém desde 2002 uma comunidade de leitores, em termos praticamente idênticos aos do modelo inicial e é presentemente coordenada por Helena Vasconcelos.


O CCB, Centro Cultural de Belém também apoiou uma Comunidade de Leitores coordenada por reconhecidas personalidades do meio literário português, como em 2008, o Ciclo Mishima dirigido por Armando Silva Carvalho. Também o Theatro Circo de Braga promoveu em 2008 e 2009 uma comunidade de leitores. para 2013/2014, numa parceria com a Companhia de Teatro de Braga (CTB), O Theatro Circo propõe a formação de uma Comunidade de leituras dramáticas, em voz alta,para maiores de 17 anos.


A Biblioteca Municipal de Palmela em parceria com o Grupo de teatro O Bando promoveu em Julho deste ano uma nova comunidade de leitores «Ler para ver teatro» a propósito da encenação de A jangada de pedra de José Saramago.


Em Ponte de Lima, foi a Associação Cultural CAL, Comunidade Artística Limiana, com sede no Antigo Quartel dos Bombeiros Voluntários, quem anunciou a abertura de um clube de leitura em maio deste ano, tencionando reunir-se mensalmente, pelas 21h30. 



Promoção do clube de leitura da CAL.
A associação CACAV, Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros, Moita, criou em em Novembro de 2012 uma comunidade de leitores que desde então tem funcionado com alguma regularidade

Como já foi mencionado, as novas redes sociais permitiram a promoção e divulgação da atividade dos clubes de leitura, mas tambem a própria criação de clubes de leitura online. Tal é o caso do sítio Clube da Leitura, criado em 2011, que a jornalista Isabel Coutinho descreveu no seu blogue Ciberescritas como o clube de leitura dos nossos dias. Neste sítio, os clubes funcionam online e na realidade. qualquer leitor pode criar um clube de leitura ou comunidade de leitores (aqui expressões sinónimas), por grupos de interesses. Sofia Ramos responsável por esta plataforma assinalava, em 2012, as vantagens da criação de clubes de leitura nas Bibliotecas Públicas, nomeadamente enquanto componente social da leitura.



Crie o seu Clube da Leitura e converse
sobre os seus livros com os seus
amigos. Uma forma fácil de se divertir
e aprender mais em conjunto e em
comunidade - See more at: http://www.clubedaleitura.pt/#sthash.qgLW3AMD.dpuf
O primeiro site social português sobre livros e criação de comunidades de leitores. Um espaço onde pode discutir os seus livros favoritos, participar em clubes de leitura na sua cidade e criar o seu grupo de leitura. - See more at: http://www.clubedaleitura.pt/#sthash.qgLW3AMD.dpuf


A informação mais completa e melhor sistematizada sobre como criar e desenvolver clubes de leitura, segundo o modelo espanhol, intitula-se Receta para un club de lectura, e é da autoria da bibliotecária Blanca Calvo. O documento da AGAL, Associaçom Galega da Língua, intitulado Guia com orientações para criar novos clubes de leitura acrescenta às orientações bibliografia diversa e indicações várias sobre clubes de leitura de diferentes tipos e em diferentes países.

Quanto aos clubes de leitura (mais do que comunidades de leitores) das nossas bibliotecas públicas parece-nos serem agora cada vez mais consideradas uma aposta a incentivar. Alguém tem mais informação sobre este assunto?