Acerca do «Mundo flutuante»

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Agosto de 2011: 20 anos de www

Via http://info.abril.com.br
Vale a pena ler a mensagem de boas-vindas publicada no passado dia 6 de Agosto no sítio do CERN (Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear), o primeiro servidor da Internet. Esta página lembra-nos os diferentes acontecimentos que explicam por que foi o ano de 1990 tão importante para a história do nosso mundo. O nascimento da Web é uma delas. A história é conhecida, mas muitos dos seus detalhes não.

A interligação de computadores em redes fechadas fora iniciada em 1969 com a Arpanet que ligava instituições de pesquisa dos EUA, mas foi Tim Berners-Lee,  um cientista britânico de 33 anos que chegara à Suíça em 1984, quem abriu a ligação da informação entre computadores ao mundo

Tim Berners-Lee via www.xtimeline.com (hoje)
Quando Tim chegou ao CERN, eram usados os mais diferentes tipos de computadores e formatos de documentos e o seu objectivo era então organizar grandes volumes de informação. Nesse sentido, elaborou em 1991 uma proposta de acesso por parte dos investigadores (através de um sistema de hipertexto que desenvolvera em 1988) a partir de qualquer parte do mundo, aos resultados dos colegas. Uma cópia desta primeira página web. está ainda hoje online.

O sistema baseava-se em três ferramentas: o Hypertext Markup Language (HTML) que descreve como páginas com hiperligações (links) são formatadas em diferentes plataformas de computação; o Hypertext Transfer Protocol (HTTP), a linguagem que os computadores usam para comunicar através da Internet; e o Universal Resource Identifier (URI) o esquema através do qual se indicam os endereços de documentos.

Nesta proposta hoje histórica (Information management: a proposal), Tim demonstrava como as informações poderiam ser facilmente transmitidas:  uma ideia «vaga, mas altamente interessante», foi a resposta escrita pelo chefe de Berners-Lee, Mike Sendall, no documento que é considerado hoje a certidão de nascimento da World Wide Web.

No ano seguinte, Robert Cailliau, um engenheiro de sistemas do CERN, tornou-se no primeiro utilizador da Web e é até hoje, como Tim Berners-Lee, um de seus grandes defensores.

Robert Cailliau via scr.csc.noctrl.edu (hoje)
Num trabalho paciente e minucioso, através de inúmeras conversas pessoais e longos emails, Tim e Robert convenceram os responsáveis e investigadores do CERN, bem como informáticos de todo o mundo da importância do projecto. Para reforçar seu lobby, Berners-Lee instalara simbolicamente na noite de Natal de 1990, no seu computador NeXT, o servidor info.cern.ch, um endereço ainda hoje activo. 

Recordemos que a maioria dos utilizadores então existentes não podiam aceder-lhe, na medida em se correspondiam em redes fechadas, como CompuServe, AOL ou Btx.  Não havia um fórum de onde eu pudesse esperar uma resposta, lembra Tim em 1999 no seu livro Der Web-Report. Sem falar de que na época não existiam evidentemente blogues ou wikis, que hoje facilitam todo o trabalho colaborativo.

O impulso decisivo viria contudo em Abril de 1993, quando o CERN abriu a Web ao público e Tim Berners-Lee renunciou ao registo de patente da invenção. Ainda assim, o sucesso da Internet só teria lugar fora do CERN e para tal foi necessária uma série de avanços tecnológicos, como o primeiro browser gráfico Mosaic, que em 1993 tornou a Internet acessível ao público em geral, ou a criação de motores de busca como o Google em 1998 .

Em 1994, o fundador da Microsoft, Bill Gates, ao reconhecer o potencial da rede,  inicia a disputa do mercado de browsers contra o Netscape (sucessor do Mosaic). No mesmo ano, Tim Berners-Lee parte  para os EUA, onde funda, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), o World Wide Web Consortium (W3C) que até hoje controla e normaliza os desenvolvimentos tecnológicos da Web.

Neste sentido, é importante mencionar que, contrariamente a Bil Gates e outros  criadores e protagonistas da Web, Berners-Lee nunca se tornaria rico. Afirma a propósito que tomara importantes decisões conscientes sobre o rumo que a sua vida deveria seguir e que uma delas era essa: a partilha do conhecimento deveria manter-se universal e gratuita.

Estima-se que existam hoje mais de 80 milhões de websites (dado do CERN), 625 milhões de computadores em rede (número da DPA, Communications Corp., empresa canadiense especializada em formação e consultoria na área da computação) e centenas de milhões de utilizadores da Internet. O acesso Internet, ou o mundo à distância de um clique, é hoje cada vez mais indissociável do trabalho com qualquer tipo de tecnologia de comunicação.

Fonte: http://www.swissinfo.ch/por/ciencia_tecnologia/Cern_comemora_os_20_anos_da_web.html?cid=891624

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Calendário de Verão: ao som das cigarras no mundo flutuante


Retirada de um calendário japonês ilustrado (egoyomi), comum entre a população urbana no período Edo, esta gravura do pintor ukiyo-e Suzuki Harunobu (1725-1770) retrata uma mulher e uma criança tentando apanhar cigarras, um típico passatempo de Verão (quem não se lembra das «casinhas» de grilos, primeiro de madeira, depois de plástico, que se ofereciam às crianças no fim da Primavera?).

Muito usados para determinar o número variável de dias no mês lunar, os calendários passam a ser ainda mais procurados a partir do momento em que começam a ser ilustrados, o que por sua vez contribui para que o ukiyo-e (a ilustração popular desta época) fosse reconhecido como uma forma de arte,  promovendo o desenvolvimento da xilogravura colorida (nishiki-e). Partindo de formatos de calendários convencionais, os pintores ukiyo-e trabalharam criativamente as letras e os números dos egoyomi com a imagem, desafiando o leitor a decifrar os símbolos, o que reforçou ainda mais a respectiva popularidade: no canto inferior esquerdo da rede o caracter shō (pequeno) indica que este mês tinha apenas 29 dias.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

The web of live: we are all connected

Via WWF México
A Fundação World Wildlife na campanha dos seus 50 anos de existência e de 20 anos de presença no México, conjuntamente com a empresa Ogilvy & Mather Mexico e a produtora francesa Troublemakers, realizaram o vídeo A rede da vida: um aparente emaranhado de cordas, ao som de Imagine de John Lennon, pretende mostrar-nos como tudo no nosso planeta se encontra interligado. 

Imagens que é impossível não associar às das estruturas microscópicas da vida na Terra e às das estruturas macroscópicas do Universo, bem como as concebidas para ilustrar a Internet.